terça-feira, 18 de janeiro de 2011


Quando for de novo primavera
o lago
agora sombrio
espelhará o voo das aves
asas de luz
planando confiantes
rumo ao futuro


domingo, 16 de janeiro de 2011

Lembro 
aquele fim de tarde
naquela cidade
que dizíamos ser nossa
 calor sufocante
passeio pela ponte
convento fechado
esplanada
para o rio e a serra virada
um regresso ao outro lado
uma rosa
caída na calçada
um gesto de amor
ao anoitecer

um café 
um cigarro
o recordar de uma partida
em tempos passados
para outras paragens
lugares de guerra
uma garrafa
com  whiskie no fundo
um brinde
 à felicidade e ao futuro

Lembro 
a simplicidade
dos momentos
em que fomos futuro
e felicidade

sábado, 15 de janeiro de 2011

Existência
apenas sentida
pelo pulsar da dor
em corpo que definha
 alma sem abrigo
errante via sacra
rumo ao calvário
lugar de agonia
 
vida perdida

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Pudesse o céu rasgar-se
derramar em gotas
a primavera que fomos
chuva de sonhos
 reais ilusões


tempo de nós

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011


Entrelaço tempos
sentires
momentos
releio aquele poema
dois anos passados
recordo uma tarde
naquele lugar
do primeiro encontro
começo de nós
quatro meses passados
e sou memória
da despedida
da tua partida
neste mesmo dia
do mês que passou



Fui a amiga que te entendeu.
Fui a companheira que caminhou a teu lado.
Fui a mulher que te implorou que ficasses. 

A amiga que precisou de compreensão.
A companheira que precisou de atenção.
A mulher que pediu perdão.

A amiga que sentiu abandono.
A companheira que sentiu indiferença.
A mulher a quem fechaste o teu coração. 

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Pisar o chão
dos dias sem ti
é pisar a lava
da destruição
ser arrastada por seu curso
em dilacerante viagem
rumo ao lugar
onde morre a esperança

Felicidade
foi viver do teu lado
a simplicidade do amor
as noites em que teu abraço me envolvia
em que teu beijo era mel em minha boca
as noites em que me adormecias
falando-me do menino que foste
da terra que te viu nascer
as noites em que seguravas minhas mãos
as aquecias
em que acarinhavas meus cabelos
foi abraçados 
fumarmos um cigarro
foi passearmos de mão dadas
estender a mão
para a flor que colhias
descansarmos no sofá
entrelaçando as mãos
atirarmos pão
aos passarinhos

Foram os dias
em que éramos nós
a felicidade

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Um céu
Um abismo
Uma réstia de esperança
Uma fraqueza 
imensa
 
Dias sem tempo
Angústia sem fim
Um dia
já fomos lago
 vulcão
fomos fado
canção
fomos rio
fomos ponte
altaneiro forte
mar
flor abandonada
na calçada
chuva de maio
sol de verão
banco de jardim
terra de sal

Fomos lugares e momentos

Hoje somos memória


Mas sempre
seremos Amor
Foge 
das trevas do medo
Abraça o Amor
Luz em teus dias
Esperança em tua dor

domingo, 9 de janeiro de 2011

Não deixes 
que haja nitidez 
nos esbatidos contornos
daquele desespero
que insiste em dizer
que em segundos
se consumaria
o fim desta dor
Mesmo que revolto mar
afunde
todas as certezas
de calmo lago
Uma
emergirá

 A certeza 
do nosso Amor

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Deixa que seja
 
paz em teus dias
sossego em tuas noites

beijo que sufoque a mágoa
abraço que esmague a dor

olhar em teu olhar
mão na tua mão


E sê
luz
na noite de meus dias

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Pudera eu
ter tido a visão
dos dias sem ti
a percepção da dor
a dimensão do vazio
o discernimento da saudade
ter tido a miragem
da ausência 
dos lugares desprovidos da tua presença
da angústia
 do tempo agonizante
labirinto sem saída
corredores de culpa
degraus rumo ao abismo
 
Pudera eu
inverter o curso do tempo
voltar ao tempo de nós
dias e noites
com o sabor
do mel e do sal
de teus beijos
Pudera eu